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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Após veto dos EUA, WikiLeaks passa a usar domínios na Suíça e na Alemanha

Após ser banido nos EUA e ficar mais de seis horas fora do ar, o site WikiLeaks comunicou na manhã desta sexta-feira que passou a usar domínios (DNS) na Suíça (.ch) e na Alemanha (.de) além de contar com um novo servidor na França e manter o antigo na Suécia.

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A saída do ar ocorreu após a empresa americana EveryDNS.net, que abrigava o domínio (DNS) do WikiLeaks na web, ter retirado a página do ar alegando, em comunicado, que os ataques maciços dos quais era alvo o endereço "WikiLeaks.org" põem em perigo os outros quase 500 mil sites que utilizam seus serviços.

Os dois novos locais onde o site passa a publicar dados secretos, incluindo os despachos diplomáticos do Departamento de Estado dos EUA, são: wikileaks.ch (suíço) ehttp://wikileaks.dd19.de/ (alemão).

O endereço original wikileaks.org foi tirado do ar à 1h de Brasília e não existe mais, de acordo com as informações do jornal britânico "The Guardian".

"O WikiLeaks se muda para a Suíça", declarou a administração do site pelo Twitter. Além disso, rastros de seu endereço eletrônico mostram que o site ainda está hospedado em seu antigo servidor na Suécia, além de ter adota um novo, na França, informam as agências de notícias.

Usuários que acessarem o endereço wikileaks.ch são direcionados para uma página cujo URL http://213.251.145.96/ dá acesso ao antigo site, que desde domingo publica milhares de documentos confidenciais de embaixadas americanas em todo o mundo.

RESPOSTA

A reportagem do "Guardian" cita um comunicado de Julian Assange feito na manhã desta sexta-feira. O fundador do WikiLeaks disse que o veto americano é um exemplo da "privatização da censura estatal" nos EUA, o que configura "um sério problema".

"Estes ataques não vão deter nossa missão, mas sim devem soar um alarme sobre a implementação das leis nos Estados Unidos", advertiu.

Já Andre Rickardsson, especialista em segurança online, comentou a ação da empresa EveryDNS.net. "Eu não acredito, nem por um segundo, que isto tenha sido feito pela própria EveryDNS. Eu acho que eles estavam sob pressão".

NOVA CARA

No novo site com domínio suíço e alemão a página inicial do WikiLeaks traz uma imagem de seu fundador, Julian Assange, seguida de uma mensagem em inglês "Help WikiLeaks keep governments open" ("Ajude o WikiLeaks a manter os governos abertos", em tradução livre".

Wikileaks.dd19.de/Reprodução

Ao contrário da "home page" que continha os links somente para os despachos diplomáticos dos EUA, vazados na semana passada, a nova "cara" do WikiLeaks traz links diretos para seus outros três grandes e importantes "vazamentos".

Os bastidores e denúncias das guerras do Iraque e Afeganistão, e o vídeo divulgado anos atrás, mostrando imagens gravadas a partir de um helicóptero do Exército americano, denunciando a morte de civis num subúrbio de Bagdá.

VETO AMERICANO

Ainda na quinta-feira (2), a empresa americana Tableau Software, cujo software foi utilizado pelo WikiLeaks para criar e publicar gráficos relacionados com a diplomacia dos Estados Unidos, retirou também seu suporte técnico à página de Julian Assange.

Em seu blog, a empresa explicou que na quarta-feira à tarde retirou "visualizações de dados publicados pelo WikiLeaks", em resposta a um pedido público do senador independente por Connecticut Joe Lieberman, que preside o Comitê de Segurança e Assuntos Governamentais do Senado dos EUA.

Previamente outra companhia americana, a Amazon, deixara de acolher a página do WikiLeaks, também pelo fato que Lieberman reprovou a empresa por sua relação com o site dedicado ao vazamento e difusão de documentos comprometedores.

De acordo com o "Guardian" a Amazon revelou que a decisão de retirar o site do ar ocorreu devido a uma quebra dos termos de serviço da companhia.

Segundo informou o portal especializado Gizmodo, o servidor OVH, baseado em Roubaix, norte da França, está hospedando --termo técnico pra designar o papel do servidor-- o site do WikiLeaks desde esta quinta-feira.

Para garantir sua distribuição, o WikiLeaks tinha se abrigado em dois servidores, o sueco Bahnhof, muito comprometido com a liberdade de expressão, e o americano Amazon, agora substituído pelo francês OVH.

CAÇA A JULIAN ASSANGE

Ainda na quinta-feira (2) a imprensa britânica divulgou que a polícia e a inteligência do Reino Unido sabem que Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, está no país, mas não puderam detê-lo devido a um erro no mandado emitido pela Suécia. Em resposta, a Justiça sueca informou que uma nova ordem de prisão será emitida, informaram agências de notícias.

Os jornais "The Times" e "The Independent" afirmaram que as autoridades britânicas evitam comentar o assunto, mas indicaram saber do paradeiro do australiano.

Editoria de arte/Folhapress

Em resposta, a Suécia confirmou que há uma falha no mandado de prisão. "Temos que renovar o pedido. É um erro de procedimento, concordamos. A promotora Marianne Ny vai escrever um novo pedido", informou Tommy Kangasvieri, da Polícia Criminal Nacional sueca.

Mark Stephens, advogado que representa Assange, indicou que seu cliente estaria de fato no Reino Unido e acrescentou ainda que tanto as autoridades britânicas quanto as suecas poderiam entrar em contato com seu cliente.

Ao ser questionado a respeito das informações sobre o suposto paradeiro no sudeste da Inglaterra, como indicaram os jornais britânicos, Stephens recusou indicar o local específico onde Assange se encontra. "Não disse isto. Não estou dizendo onde está".

De acordo com o "The Times" um erro na redação do mandado de prisão sueco contra o fundador do site WikiLeaks permitiu ao australiano escapar de uma detenção no Reino Unido.

ACUSAÇÕES

A Interpol busca Assange por assédio e estupro de duas mulheres, que o denunciaram na justiça da Suécia. Ele nega as acusações.

No dia 20 de agosto a Promotoria da Suécia emitiu uma ordem de prisão ao fundador do WikiLeaks por uma suposta infração, ainda que o mandado tenha sido revogado 24 horas depois e a pena reduzida a um delito menor.

Há uma semana, a promotora federal, Marianne Ny, voltou a emitir uma ordem de detenção de Assange.

WIKILEAKS

Cerca de 250 mil documentos diplomáticos confidenciais do Departamento de Estado dos EUA vieram à tona neste domingo, divulgados pelo site WikiLeaks. Os chamados "cables" [telegramas] revelam detalhes secretos --alguns bastante curiosos-- da política externa americana entre dezembro de 1966 e fevereiro deste ano, em um caso que começa a ficar conhecido como "Cablegate".

São 251.288 documentos enviados por 274 embaixadas. Destes, 145.451 tratam de política externa, 122.896, de assuntos internos dos governos, 55.211, de direitos humanos, 49.044, de condições econômicas, 28.801, de terrorismo e 6.532, do Conselho de Segurança da ONU. Os telegramas foram divulgados por meio de um grupo de publicações internacionais: "The New York Times" (EUA), "Guardian" (Reino Unido), "El País" (Espanha), "Le Monde" (França) e "Der Spiegel" (Alemanha).

O WikiLeaks divulga documentos secretos há anos, mas ganhou destaque internacional este ano, com três vazamentos. No primeiro, publicou um vídeo confidencial, feito por um helicóptero americano, que parece mostrar um ataque contra dois funcionários da agência de notícias Reuters e outros civis. O segundo tornou públicos 77 mil arquivos de inteligência dos EUA sobre a guerra do Afeganistão. O terceiro divulgou mais 400 mil arquivos expondo ataques, detenções e interrogatórios no Iraque.

O Pentágono suspeita que quem está por trás dos vazamentos é o analista de inteligência Bradley Manning, 22.

COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS



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