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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Wikileaks publica documentos sobre relação EUA-Espanha

Os diplomatas americanos atribuíram, em parte, a chegada à Presidência do Governo de José Luis Rodríguez Zapatero à má gestão do atentado do dia 11 de março de 2004 por parte do Partido Popular (PP), segundo documentos do Departamento de Estado americano vazados pelo portal Wikileaks, que publica nesta segunda-feira "El País".

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Nos 3.602 documentos emitidos desde 2004 pela Embaixada dos EUA na Espanha se recolhem conversas com o Rei Juan Carlos; o presidente do Governo, José Luis Rodríguez Zapatero; o líder da oposição, Mariano Rajoy; e os ex-presidentes Felipe González e José María Aznar.

O Governo socialista foi objeto do estudo dos últimos embaixadores dos EUA, George L. Argyros, Eduardo Aguirre e Alan D. Solomont.

Após a vitória de Zapatero nas eleições de 2004, se gerou uma grande quantidade de documentos secretos e confidenciais nos quais se explicava quem era Zapatero, e quais eram suas pretensões, que consideravam próprias de uma esquerda "tresloucada e romântica", segundo o jornal.

Além disso, se qualifica o presidente do Governo espanhol como um político que subjuga os interesses comuns ao cálculo eleitoral e o considera um problema para alguns dos interesses da política externa dos EUA.

Estes documentos analisados por "El País" refletem também as pressões e ameaças exercidas pelos EUA sobre pessoas com poder de decisão na Espanha sobre temas conflituosos, como a retirada das tropas do Iraque e os vínculos com Cuba e Venezuela.

Estes temas, além da crise do Kosovo ou as relações comerciais com países suspeitos de terrorismo, nos quais não houve acordo entre os dois países, foram tratados, segundo refletem os documentos, com ligações, reuniões, avisos, pressões e ameaças.

Sobre a retirada das tropas do Iraque, os documentos revelam que esta decisão esfriou as relações entre ambos os países, até o ponto que Bush não atendeu o telefone quando Zapatero ligou para felicitá-lo por sua segunda vitória eleitoral.

A recuperação da confiança foi lenta, apesar do interesse da Espanha em recompor as relações, mas sem que Washington esquecesse seus objetivos.



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