A secretária do Estado americana, Hillary Clinton, condenou nesta segunda-feira a divulgação das informações sigilosas feita pelo polêmico site de denúncias Wikileaks e disse que o vazamento é um “ataque à toda comunidade internacional”.
Entre os dados estavam de trechos de 250 mil mensagens trocadas entre diplomatas americanos a respeito de assuntos como espionagem de funcionários de alto escalão da ONU, possibilidade de ataque ao Irã e opinião sobre diversos líderes mundiais.
Segundo Hillary, o vazamento é um ataque também "às alianças que garantem a segurança do mundo e também à prosperidade econômica”.
“Seja qual for o motivo para terem divulgado esses documentos, está claro que o vazamento põe em risco pessoas reais, em muitos casos justamente quem se arriscou para proteger outras vidas”, afirmou Hillary.
“Sei que muita gente aplaudiu esses irresponsáveis. Então quero ser clara: não há nada de nobre em colocar em risco a vida de inocentes. E não há nada de bravo em sabotar as relações pacíficas entre nações que dependem da nossa segurança conjunta.”
Troca de e-mails
Após o vazamento, a Casa Branca ordenou a todas as agências do governo americano que reforçassem a segurança no manuseio de documentos confidenciais.
As mensagens divulgadas pelo Wikileaks eram comunicados diplomáticos – chamados de “cabos” - feitos por meio do supostamente seguro sistema interno de e-mails, que liga as embaixadas americanas no exterior com o Departamento de Estado e o Pentágono.
O Pentágono já disse que está tornando seus sistemas de computadores mais seguros para evitar futuros vazamentos.
O procurador geral dos EUA, Eric Holder, disse que há uma investigação criminal sobre os vazamentos em andamento e que os responsáveis serão processados.
“Esse ato põe em risco nossa segurança nacional e dos indivíduos que estão servindo nosso país, além das nossas relações com nossos aliados. A investigação criminal sobre o caso já começou.”
O fundador do Wikileaks, Julian Assange, disse que as autoridades americanas estão com medo de ser responsabilizadas por suas ações.
O site entregou antecipadamente os arquivos em sua íntegra a cinco grupos de mídia, entre eles os jornais The New York Times, americano, The Guardian, britânico, e El Pais, espanhol.
Visão do Brasil
Entre as mensagens divulgadas pelo Wikileaks também há um documento secreto sobre a postura política do Brasil. No comunicado enviado pela embaixada americana o último dia do ano passado, há afirmações de que o Brasil nega a existência de ameaças terroristas no país contrasta com as ações dos serviços de segurança brasileiros,
Há ainda documentos com relatos de que o rei Abdullah da Arábia Saudita exortou os EUA a destruir as instalações nucleares do Irã.
Outros dados citam ofertas de cooperação para países que se dispusessem a receber presos de Guantánamo.
Um assessor diplomático francês (Jean-David Levitte), citado nos documentos, disse ao subsecretário de Estado americano Philip H. Gordon, em um encontro realizado em Paris em setembro de 2009, que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, era "louco" e que nem o Brasil era capaz de dar-lhe mais apoio.
Os documentos também revelaram o temor dos EUA de que o Paraguai fosse abrigo de agentes iranianos e militantes islâmicos. A tese é corrente desde os atentados de 11 de setembro de 2001, principalmente em relação à "tríplice fronteira" entre Brasil, Argentina e Paraguai.
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