O Exército já está posicionado para iniciar a operação de cerco e isolamento em 44 pontos do entorno do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro. As informações foram passadas pelo general Fernando Sardenberg, da Brigada de Infantaria Paraquedista, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (26), ao lado do governador Sérgio Cabral e do ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Ao todo, foram mobilizados 800 homens e cinco blindados do modelo Urutu, o mesmo utilizado pelas Forças Armadas brasileiras no Haiti.
O Exército já está posicionado para iniciar a operação de cerco e isolamento em 44 pontos do entorno do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro. As informações foram passadas pelo general Fernando Sardenberg, da Brigada de Infantaria Paraquedista, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (26), ao lado do governador Sérgio Cabral e do ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Ao todo, foram mobilizados 800 homens e cinco blindados do modelo Urutu, o mesmo utilizado pelas Forças Armadas brasileiras no Haiti.
O Exército também conta com jipes (o número não foi informado), que estão trazendo mantimentos e munições do quartel para reforçar os 44 pontos. Sardenberg informou ainda que os 800 homens são todos do Rio de Janeiro, não são de fora do Estado.
"Covardes"
De acordo com o coronel Álvaro Garcia, chefe de Estado Maior da Polícia Militar, reforçarão as operações três helicópteros blindados da Aeronáutica, aptos a fazer patrulhamento noturno; um deles vindo do Mato Grosso do Sul, talvez ainda seja utilizado hoje.
Garcia informou que nesta sexta-feira 200 homens da Polícia Militar, Bope e Polícia Civil estão participando da operação na Vila Cruzeiro. O comandante da PM acredita que ainda haja cerca de 200 marginais na comunidade e, segundo ele, moradores coniventes com os criminosos.
"Os marginais estão abatidos. São todos covardes, fugiram ontem igual lebres. Eles têm que ver que não devem enfrentar o estado nunca", disse. Para Garcia, os traficantes estão com a "moral baixa" e muito mal psicologicamente. "A atuação dentro da comunidade é nossa. O Exército vai impedir que marginais fujam", completou .
A PM está estudando uma incursão no Alemão, já que, segundo ele, os criminosos estão sem condições de fugir.
Ocupação
Policiais militares apreenderam grande quantidade de armas e drogas durante a operação de ontem e da madrugada desta sexta-feira (26) na favela da Vila Cruzeiro, zona norte do Rio de Janeiro. Cerca de 200 traficantes deixaram o local nesta quinta-feira após uma megaoperação da polícia.
Homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM) apreenderam três fuzis, duas metralhadoras, um revólver, mais de 1.200 munições, bombas caseiras e duas granadas. Também foi apreendida uma farda cinza sem identificação. Os policiais do Bope encontraram uma quantidade muito grande de maconha, cocaína e crack (ainda não contabilizados), material para endolação, além do analgésico Sigmaliv, utilizado para aumentar o efeito da cocaína.
Já os policiais do 16º Batalhão (Olaria), apreenderam uma submetralhadora 9 mm, de fabricação italiana, um fuzil .30, um fuzil 762 (FAL), uma granada, 33 bombas caseiras, 15 mil papelotes de cocaína prontos para a venda, 57 kg de maconha, uma balança de precisão, três coletes a prova de bala, seis fardas semelhantes às utilizadas pelo Bope e seis pares de coturno.
Balanço
De acordo com a PM, desde domingo, dia do início dos ataques em série dos criminosos, 96 veículos foram incendiados, entre eles, vários ônibus. Nos seis dias de conflito entre policiais e traficantes até hoje, a PM diz que foram apreendidas dezenas de armas, granadas, drogas e garrafas de gasolina. Pelo menos 217 pessoas foram presas ou detidas, quatro policiais foram feridos e 34 pessoas foram mortas.
Pelas informações passadas pelos hospitais e pela Secretaria Estadual de Saúde, mais seis pessoas morreram ao longo do conflito - quatro na quarta-feira e mais duas hoje.
O Rio de Janeiro vive uma guerra contra o tráfico. Hoje, policiais civis, militares e federais foram alvos de disparos de traficantes na tentativa de entrar no Complexo do Alemão. As operações em morros e favelas visam acabar com a série de ataques, arrastões e incêndios em veículos.
Falar em cena de guerra não é exagero: veículos blindados da Marinha estão sendo usados nas operações. Mesmo assim, os bandidos desafiam as autoridades e continuam impondo tentativas de ataques.
As autoridades fluminenses consideraram os ataques uma resposta à política de ocupação de favelas por UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e à transferência de presos para presídios federais. A intenção seria colocar medo na população.
A polícia investiga se os ataques estão sendo orquestrados pelas facções criminosas Comando Vermelho e ADA (Amigos dos Amigos). Na quarta-feira, oito presidiários foram transferidos do Rio para o presídio de segurança máxima em Catanduvas (PR). Ontem, líderes que estavam em Catanduvas foram transferidos para Porto Velho (RO).
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