O traficante Eliseu Felício de Souza, o Zeu, foi preso na tarde deste domingo no Complexo do Alemão, conjunto de favelas localizado na zona norte do Rio de Janeiro. Condenado em 2002 pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, ele estava foragido desde julho de 2007, quando obteve permissão para visitar a família e fugiu.
De acordo com a polícia, Zeu foi encontrado em casa e não resistiu à prisão. Ele foi apresentado à imprensa em um dos acessos do complexo de favelas, onde ficará detido com outros suspeitos até o fim do dia, quando todos serão encaminhados para a delegacia.
Segundo a polícia, moradores da comunidade estão ajudando os agentes de segurança a identificar e localizar os criminosos. Em agosto deste ano, o Disque Denúncia do Rio ofereceu uma recompensa de R$ 10 mil por informações que levassem à captura do criminoso.
A operação policial no Complexo do Alemão pode durar meses, de acordo com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte. "Desde o começo dissemos que não resolveriamos tudo no mesmo dia. Temos um trabalho muito longo pela frente. Estamos verificando todas as possibilidades de encontrar pessoal e material. Nós precisamos checar tudo e agora é hora de fazer isso".
Jefferson Bernardes/AFP
Policiais em operação neste domingo no Complexo do Alemão, conjunto de favelas na zona norte do Rio
Mário Sérgio afirmou ainda que a população não assistirá mais à "procissão do mal", citando as imagens de dezenas de criminosos fugindo da Vila Cruzeiro para o Complexo do Alemão, exibidas na quinta-feira (25).
"Hoje nós temos a certeza de que quando o Estado quer ele pode", acrescentou.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), destacou neste domingo a união de forças para combater o tráfico no Rio de Janeiro, mas lembrou que "esse trabalho é de médio e longo prazos".
ASSASSINATO
Tim Lopes desapareceu em 2 de junho de 2002 na Vila Cruzeiro, depois de ser reconhecido e capturado por traficantes ligados a Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, quando fazia reportagem sobre um baile funk onde haveria consumo de drogas e sexo explícito.
O jornalista foi levado para o morro da Grota, também no complexo do Alemão, onde foi esquartejado e queimado em pneus --método conhecido como "micro-ondas" e usado para apagar vestígios da morte. Zeu foi acusado de ser o responsável por queimar o corpo do jornalista.
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