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Ver artigo principal: Campo magnético terrestre
O campo magnético terrestre possui aproximadamente o formato de um dipolo magnético, com os pólos presentemente localizados próximos aos pólos geográficos do planeta. De acordo com a teoria do dínamo, o campo magnético terrestre é gerado dentro do núcleo exterior derretido, onde o calor faz com que o material desta camada circule via convecção, gerando correntes elétricas. Este, por sua vez, produzem o campo magnético terrestre. A convecção no núcleo externo é caótica por natureza, e seu alinhamento muda periodicamente com o tempo. Isto resulta na reversão geomagnética em intervalos irregulares dos pólos magnéticos terrestres, com a média sendo a cada milhão de anos. A reversão mais recente ocorreu há aproximadamente 700 mil anos atrás.[42][43]
O campo magnético cria a magnetosfera terrestre, que desvia as partículas do vento solar. O sotavento dobow shock está localizado a 13 raios terrestres. A colisão com o campo magnético e o vento solar forma os cinturões de Van Allen, um par de toros onde partículas carregadas estão concentradas. O plasma do vento solar que entra na atmosfera terrestre via os pólos magnéticos cria as auroras boreais vistas nas regiões polares.[44]
[editar]Geografia
- As linhas costeiras (litorais) da Terra somam cerca de 356 milhões de km.
[editar]Hidrosfera
Histograma de elevação da superfície da terra — cerca de 71 % da superfície da Terra é coberta por água.
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Ver artigo principal: Hidrosfera
A Terra é o único planeta do Sistema Solar que contém uma superfície com água. A água cobre 71% da Terra (sendo que disso 97% é água do mar e 3% é água doce mas grande parte destes 3% encontram-se nos calotes polares e nos lençóis freáticos). A água proporciona, através de 5 oceanos, a divisão dos 7 continentes. Fatores que combinaram-se para fazer da Terra um planeta líquido são: órbita solar, vulcanismo, gravidade, efeito estufa,campo magnético e a presença de uma atmosfera rica em oxigênio.
[editar]Rotação e translação
[editar]Rotação
A inclinação axial terrestre e sua relação com o eixo de rotação e o plano orbital.
O período de rotação da Terra relativo ao Sol (um dia solar) é 86 400 segundos de tempo solar. Estes segundos são um pouco maiores do que um segundo da unidade internacional porque o dia solar da Terra, no presente, é um pouco mais longa do que era durante o século XIX, devido à aceleração da maré.[45]
A rotação da Terra relativa às estrelas fixas, chamada de um "dia estelar" de acordo com o Serviço Internacional da Rotação da Terra, é de 86 164,098903691 segundos de tempo solar médio (UT1), ou 23 horas, 56 minutos, 4,098903691 segundos.[46][nota 4] O período de rotação da Terra relativo à precessão, chamada de dia sideral, é de 86 164,09053083288 segundos de tempo solar médio, ou 23 horas, 56 minutos, 4,09053083288 segundos.[46] Visto assim, o dia sideral é menor do que o dia estelar por 8,4 milisegundos.[47]
Não incluindo meteoros dentro da atmosfera terrestre e satélites artificiais, a moção aparente dos corpos celestes no céu terrestre está voltado para o oeste, a uma taxa de 15°/h = 15'/min. Isto é equivalente ao diâmetro aparente do Sol ou da Lua a cada dois minutos.[48][49]
[editar]Órbita
A Terra orbita o Sol a uma distância média de cerca de 150 milhões de quilômetros, a cada 365,2564 dias solares médios, ou um ano sideral. Da Terra, isto dá ao Sol um movimento aparente em direção a leste, com respeito às estrelas de fundo, a uma taxa de 1°/dia, ou um diâmetro aparente do Sol ou da Lua a cada 12 horas. Por causa desta moção, a Terra toma em média 24 horas para completar uma rotação em torno de seu eixo de modo a fazer com que o Sol retorne ao meridiano. A velocidade orbital média da Terra é de 30 km/s (108 000 km/h), rápido o suficiente para cobrir o diâmetro do planeta (aproximadamente 12 600 km) em sete minutos, e a distância entre a Terra e a Lua (de 384 000 km) em quatro horas.[28]
A Lua orbita a Terra em torno de um baricentro comum, a cada 27,32 dias, relativo às estrelas de fundo. Em conjunto com a revolução comum do sistema Terra-Lua em torno do Sol, o período do mês sinódico, de uma Lua Nova para outra, é de 29,53 dias. Vista do pólo norte celeste, a moção da Terra, da Lua, e suas rotações axiais, são todas anti-horárias. Quando o sistema Terra-Lua-Sol é vista do espaço, em uma posição acima dos pólos nortes dos três corpos celestes, a direção aparente da translação terrestre em torno do Sol é anti-horária. Os planos orbitais e axiais não estão precisamente alinhados: a Terra possui uma inclinação axial de 23,5 graus, perpendicular ao sistema Terra-Sol, e o plano Terra-Lua possui uma inclinação de 5 graus, em relação ao plano Terra-Sol. Na ausência desta inclinação, eclipses ocorreriam a cada duas semanas, alternando entre eclipses lunares e solares.[28][50]
O raio da esfera de Hill, ou a esfera de influência gravitacional, da Terra, é de 1,5 Gm (1 500 000 km).[51][nota 5] Esta é a distância máxima dentro do qual a influência da gravidade da Terra é maior do que a influência da gravidade do Sol e de outros planetas. Objetos orbitando a Terra precisam ficar dentro desta esfera, ou suas órbitas poderão ser pertubadas pela gravidade do Sol.
Ilustração da Via Láctea, mostrando a localização do Sol.
A Terra, em conjunto com o Sistema Solar, está localizado dentro da galáxia Via Láctea, orbitando a cerca de 28 000 anos-luz do centro da galáxia. Presentemente, o Sistema Solar está localizado a 20 anos-luz acima do plano equatorial da galáxia, no Braço de Órion.[52]
[editar]Inclinação axial
Devido à inclinação axial da Terra, a quantidade de luz solar recebida por um ponto qualquer da superfície terrestre varia ao longo do ano. Isto resulta na variação sazonal do clima, com verões no hemisfério norteocorrendo quando o pólo está voltado ao Sol, e o inverno ocorrendo quando o pólo está voltado contra o Sol. No hemisfério sul, a situação é revertida, visto que o pólo sul está orientado na direção oposta do pólo norte. Durante o verão, os dias são mais longos, e o Sol sobe mais alto no céu. Durante o inverno, o clima torna-se no geral mais frio, e os dias mais curtos. As diferenças sazonais aumentam à medida em que se viaja em direção aos pólos, com os maiores extremos ocorrendo acima do Círculo Polar Ártico e abaixo doCírculo Polar Antártico, durante o qual tais regiões não recebem luz solar durante parte do ano.
Imagem da Terra e a Lua de Marte, tomada pela Mars Reconnaissance Orbiter. Do espaço, a Terra pode passar por fases similares à da Lua.
Por convenção astronômica, as quatro estações do ano são determinadas pelo solstício - o ponto de maior inclinação axial na órbita terrestre - e os equinócios, quando a direção da inclinação axial e a direção ao Sol são perpendiculares. O solstício de inverno ocorre em 21 de dezembro, o solstício de verão em 21 de junho, o equinócio de primavera em 20 de março, e o equinócio de outono em 23 de setembro.[53]
O ângulo da inclinação axial da Terra é relativamente estável, durante longos períodos de tempo. Porém, esta inclinação passa por nutação - um movimento ligeiramente irregular, com um período médio de 18,6 anos. A orientação do ângulo também muda com o tempo, com uma precessão de 25 800 anos. Esta precessão causa a diferença entre um ano sideral e um ano tropical. Ambas as moções são causadas pela atração gravitacional variável do Sol e da Terra no achatamento equatorial do planeta. Os pólos terrestres também migram alguns metros por ano ao longo da superfície do planeta. Esta movimento polarpossui vários componentes cíclicos, que são chamados coletivamente de movimento quasi-periódico. Além do componente anual deste movimento, existe um ciclo de 14 meses, chamado de bamboleio de Chandler. A velocidade de rotação da Terra também varia, em um fenômeno chamado de variação do comprimento do dia.[54]
Em tempos modernos, o perélio da Terra ocorre em 3 de janeiro, e o afélio em torno de 4 de julho. Porém, estas datas mudam ao longo dos tempos, devido à precessão e outros fatores orbitais, que seguem padrões cíclicos conhecidos como ciclos de Milankovitch. A distância variável entre a Terra e o Sol resulta em um aumento de 6,9%[55] na energia solar alcançando a Terra no perélio, relativo ao afélio. Visto que o hemisfério sul da Terra está inclinado em direção ao Sol aproximadamente no mesmo período do perélio, a quantidade de energia solar recebida pelo hemisfério sul é ligeiramente maior do que a recebida pelo hemisfério norte, ao longo de um ano. Porém, este efeito é muito menos significante do que a mudança de energia total recebida por dadas áreas do planeta devido à inclinação axial, e a maioria deste excesso é absorvida pela maior proporção de água existente no hemisfério sul.[56]
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